Todos somos preconceituosos,
caso contrário,
não repararíamos que o nosso vizinho é gordo, o lixeiro é negro, a
recepcionista é loira.
Não pensaríamos
que os japoneses são mais inteligentes, que os norte-americanos são viciados em
junk food e loucos por dinheiro, nem acharíamos a Europa o berço da cultura e
da civilização.
Se não
fossemos preconceituosos não consideraríamos todos os politicos corruptos (
mesmo isso sendo verdade), não acharíamos que evoluímos nos ultimos 40.000 mil
anos, nem que no tempo das nossas avós as coisas eram diferentes.
Preconceito é a cara diferenciada, mesmo quando você não
tem consciência, a comparação que você faz mesmo sem querer.
Preconceito é
o medo que transparece nas atitudes com as quais você tenta se diferenciar dos
outros, para não ser parecido com todo mundo.
Admita que é
preconceituoso e siga em frente.
Todos somos fundamentalista porque estamos sempre disposto a
defender nossa posição de acordo com nossas crenças, sejam elas religiosas,
políticas, sociais ou pessoais.
Os interesses da nossa vida e dos nossos círculos têm
prioridade fundamental sobre todos os demais. Se preciso estamos dispostos a
lutar para defender nosso quinhão de felicidade (seja lá o que isso significa),
mas significa tanto, que ser feliz é uma parcela significativa na nossa esfera
de consciência.
Somos fundamentalistas nas necessidades de amor, compreensão,
reciprocidade e nos processos mentais de análise e estruturação.
Admita que é fundamentalista e siga em frente.
Todos somos partidários, porque nossa estrutura bípede,
espelhada, com um cérebro dividido, nos torna bipolares, oscilando eternamente
entre o racional que desejamos ser e o emocional que de fato somos.
Ser emocional não é necessariamente mau/mal a não ser que conflite
com o bom/bem, mas infelizmente somos o resultado prático desta dicotomia, obrigados
eternamente a escolher uma face social que nos represente como indivíduos.
Somos partidários, porque só podemos ser uma coisa a cada
tempo, mesmo que iludidos da universalidade e grandeza do nosso pensamento. Uma
escolha de cada vez, sem benefício do reboot e tendo que arcar com as consequências
de erros e acertos.
Admita que é partidário e siga em frente.
Fomos condenados a viver esta existência (por quê, por quem)
meio louca, agrupados por nossos medos, tendo que defender cada passo, cada
inalação, cada gole, divididos entre as necessidades do nosso ser íntimo e
nosso destino como raça, e infelizmente, até prova em contrário, “não teremos
uma segunda oportunidade sobre a face da terra” (Cem anos de Solidão, Gabriel
Garcia Marquez)